Férias dos colaboradores: o que diz a lei e como calcular

No artigo sobre férias e os direitos dos trabalhadores, a imagem de um avião modelo descansando sobre a capa de um passaporte evoca a ideia de viagem e mobilidade internacional. Esses elementos simbólicos representam a importância do direito a férias remuneradas para os trabalhadores, permitindo-lhes desfrutar de momentos de descanso e explorar novos horizontes. A imagem destaca a conexão entre o direito às férias e a possibilidade de vivenciar experiências enriquecedoras ao viajar, ressaltando a importância do equilíbrio entre trabalho e lazer na vida dos profissionais.

Você sabe realmente como funcionam as férias dos colaboradores? Saber exatamente como funcionam as férias dos colaboradores é essencial para os profissionais de Recursos Humanos e Departamento Pessoal. De fato, erros na gestão de férias dos colaboradores podem resultar em prejuízos significativos para as empresas, como multas, processos trabalhistas e até desorganização dos setores devido à falta de colaboradores adequados.

Portanto, para evitar esses problemas, é crucial entender detalhadamente o funcionamento das férias dos colaboradores. Além disso, estar atento às regras e detalhes estabelecidos pela legislação trabalhista é fundamental. Da mesma forma, também é importante manter uma comunicação clara e eficiente com os funcionários, uma vez que esclarecer dúvidas e garantir que todos estejam cientes de seus direitos e deveres em relação às férias contribui para uma gestão eficiente. Consequentemente, isso evita contratempos que possam afetar o bom funcionamento da empresa.

O Que Você Vai Aprender Neste Artigo

Neste artigo completo, você aprenderá tudo o que precisa saber sobre as férias dos colaborares, desde o conceito básico até as principais mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista. Vamos abordar:

  • O que são férias e como funcionam?
  • Direito de férias: linha do tempo
  • Os diferentes tipos de férias existentes
  • Férias CLT
  • Como calcular férias?
  • Perguntas e respostas sobre férias
  • Dicas para implementar processos eficazes de gestão de férias

Compreender todos os aspectos relacionados às férias dos colaboradores é vital para evitar dores de cabeça, multas e para manter uma equipe motivada. Este conteúdo vai ajudá-lo a esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o assunto e a implementar processos eficientes de gestão de férias na sua empresa.

Continue lendo para obter todas as informações necessárias e transformar a gestão de férias na sua empresa!

O que é férias e como funciona? 

As férias são um direito trabalhista essencial, garantido pela legislação brasileira a todos os trabalhadores celetistas. Este período de descanso anual remunerado é vital para a saúde e bem-estar dos colaboradores, além de ser fundamental para a manutenção de um ambiente de trabalho produtivo e harmonioso.

Segundo a CLT, após cada 12 meses de trabalho, o colaborador tem direito a 30 dias consecutivos de férias. Durante esse período, o empregado recebe o salário correspondente aos dias de férias, acrescido de um adicional de um terço do salário, conhecido como abono de férias. Este acréscimo visa proporcionar ao trabalhador um suporte financeiro extra para aproveitar melhor seu tempo de descanso.

Como Funciona o Período Aquisitivo?

O período aquisitivo é o intervalo de 12 meses durante o qual o empregado trabalha para adquirir o direito às férias. Após completar este período, o colaborador tem um prazo de até 12 meses, chamado de período concessivo, para usufruir seus 30 dias de férias. É responsabilidade do empregador conceder essas férias dentro do período concessivo, sob pena de pagar a remuneração das férias em dobro.

Flexibilidade na Concessão das Férias

Com as mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista em 2017, houve uma flexibilização na concessão das férias dos colaboradores. Agora, você pode dividir as férias em até três períodos, sendo que um deles não pode durar menos do que 14 dias corridos, e os outros dois não podem ter duração inferior a 5 dias corridos cada. Esta medida visa atender tanto às necessidades dos empregados quanto às dos empregadores, permitindo uma gestão mais eficiente do tempo de descanso e das demandas operacionais da empresa.

Direito de Férias: Linha do tempo

Uma imagem com elementos que representam o planeamento de férias e viagens, incluindo um calendário, chapéu de palha, óculos de sol, carteira, câmara, modelo de avião, estrela do mar e fotografias de praias tropicais. A composição transmite a preparação para uma escapadela relaxante e destinos ensolarados.

Vamos relembrar os principais marcos legais que garantiram os atuais direitos de 30 dias de descanso remunerado mais 1/3 de abono de férias aos trabalhadores:

  1. Decreto Nº 4.982 (1925) – Estabeleceu inicialmente 15 dias de férias anuais remuneradas para empregados e operários. Porém, sem muita fiscalização, era comum os empregadores não concederem o benefício.
  2. Decreto Nº 23.103 (1933) – Reforçou os 15 dias de férias, mas trouxe regras mais claras como período aquisitivo de 12 meses, proporção de faltas, registro na carteira de trabalho e maior fiscalização.
  3. Decreto Nº 5.452 – CLT (1943) – Apesar de não alterar o período de férias, a CLT foi um marco por disseminar e consolidar esse direito entre os trabalhadores brasileiros.
  4. Decreto Nº 1.535 (1977) – Ampliou finalmente o período de férias de 15 para 30 dias corridos e ininterruptos por ano trabalhado, como é atualmente.
  5. Constituição Federal (1988) – Estabeleceu de forma clara na Carta Magna que todo trabalhador tem direito a férias anuais remuneradas acrescidas de 1/3 sobre o salário normal.

Podemos ver que a lei garantiu os atuais 30 dias de férias dos colaboradores remuneradas mais 1/3 após uma longa caminhada de décadas. O que antes parecia um “favor” do empregador, se tornou um direito constitucional irrevogável.

No dia-a-dia de RH e DP, é essencial que os profissionais tenham esses conceitos bem definidos para cumprir as obrigações e também gerenciar de forma estratégica esse período de descanso tão importante para a saúde dos colaboradores e produtividade das empresas.

Além do período básico de férias, existem ainda outras modalidades de férias previstas em lei que os profissionais desta área precisam conhecer, como veremos a seguir.

Tipos de férias

Ao longo de sua vida profissional, o empregado celetista poderá lidar com diversos tipos de férias. Em algumas empresas é bastante comum que além das férias individuais se tire férias coletivas ou recessos. 

Esses períodos possuem bastante diferença. É preciso entender tudo sobre eles antes de conceder aos funcionários. Veja com atenção.

Férias Individuais 

Estas são as férias anuais remuneradas de 30 dias corridos, garantidas pela CLT, após cada período aquisitivo de 12 meses trabalhados. O colaborador recebe também o adicional de 1/3 sobre sua remuneração normal.

Férias Coletivas 

Períodos de descanso concedidos simultaneamente a setores ou estabelecimentos inteiros da empresa, geralmente em épocas de baixa atividade. As férias coletivas seguem regras específicas previstas no artigo 139 da CLT, como duração mínima de 10 dias corridos, comunicação prévia aos órgãos competentes e sindicatos, além de pagamento de remuneração e adicional de 1/3 para os colaboradores. Mesmo quem ainda não fechou período aquisitivo deve receber férias coletivas proporcionais.

Recessos 

Caracterizados por períodos de “descanso” concedidos aos funcionários, sem desconto de remuneração, banco de horas ou férias. A empresa toma a decisão unilateral de planejar os recessos com antecedência para não incorrer em descumprimento da legislação trabalhista. Nesse caso, o adicional de 1/3 não é devido.

Abono Pecuniário 

Possibilidade prevista na CLT do colaborador “vender” até 1/3 de suas férias, recebendo essa parte em abono pecuniário (dinheiro), em vez de gozar os dias de descanso. Para usufruir, o funcionário deve fazer solicitação por escrito com até 15 dias de antecedência do final do período aquisitivo.

Como você pôde ver, existem diferentes tipos de férias que os colaboradores podem usufruir, cada uma com suas especificidades e regras definidas em lei. É dever dos profissionais de RH e DP conhecer todos esses detalhes para gerenciar esses períodos da melhor forma, evitando problemas jurídicos e passivos para a empresa.

No próximo tópico, abordaremos com mais detalhes as regras e direitos específicos das férias individuais previstas na CLT.

Férias dos colaboradores CLT

O artigo 129 da CLT prevê que todo colaborador tem direito a um período de férias, sem que haja prejuízo de sua remuneração. 

O Capítulo IV da CLT trata esse período com detalhes, compreendendo do artigo N° 129 ao 153. Ele aborda todas as regras sobre as férias, suas remunerações, tipos e penalidades. 

Nesse conjunto de artigos, algumas coisas merecem a nossa atenção, veja a seguir.

Período Aquisitivo 

O período aquisitivo é o intervalo de 12 meses de trabalho durante os quais o empregado contratado pela CLT ganha o direito a gozar de férias pagas. A duração dessas férias nem sempre será de 30 dias consecutivos.

A CLT prevê uma relação proporcional entre as faltas injustificadas do empregado durante o período aquisitivo e a quantidade de dias de férias a que ele terá direito, conforme a tabela a seguir:

  • Até 5 faltas: 30 dias corridos
  • De 6 a 14 faltas: 24 dias corridos
  • De 15 a 23 faltas: 18 dias corridos
  • De 24 a 32 faltas: 12 dias corridos

Além das faltas injustificadas, outras situações listadas no art. 133 da CLT também podem impactar negativamente o período aquisitivo, podendo até mesmo levar à perda do direito de férias. São elas:

  • Deixar o emprego e não ser readmitido em até 60 dias
  • Licenças remuneradas superiores a 30 dias
  • Paralisações dos serviços da empresa com percepção de salário por mais de 30 dias
  • Receber benefícios de auxílio-doença ou acidente de trabalho por mais de 6 meses

Dessa forma, é imprescindível que as empresas mantenham um rígido controle de frequência e afastamentos dos colaboradores. Sistemas de ponto eletrônico se tornam excelentes aliados nessa tarefa, garantindo uma gestão precisa e evitando problemas futuros.

Como calcular as férias?

O cálculo de férias dos colaboradores requer atenção aos detalhes. Para esclarecer, vamos considerar um exemplo prático:

Temos um colaborador com salário bruto de R$ 3.200,00 e 30 dias de férias. Para começar devemos calcular o abono de 1/3 de férias, somando-o ao salário bruto. Depois disso, deduzimos o INSS e o Imposto de Renda e para finalizar subtraímos essas deduções do valor bruto, encontrando o valor líquido das férias, que neste caso, é R$ 3.588,02.

Mas será importante ter em consideração que este é um cálculo básico e que outros benefícios podem afetar os valores. Além disso, as faixas de dedução do INSS e IRRF são atualizadas anualmente, por isso, é essencial consultar as tabelas vigentes. Portanto, para garantir precisão nos cálculos, é recomendável que um profissional contábil qualificado forneça suporte.

Perguntas e respostas sobre férias 

Além de conhecer as regras e procedimentos previstos na CLT, os departamentos de Recursos Humanos e Pessoal também precisam estar preparados para lidar com diversas situações específicas que podem surgir no dia-a-dia envolvendo as férias dos colaboradores. Confira algumas das principais dúvidas e seus esclarecimentos:

Quando a empresa deve fazer o pagamento das férias?

Segundo o art. 145 da CLT, a empresa deve fazer o pagamento do adiantamento de férias (salário + 1/3 de abono) até 2 dias antes do início do período de descanso.

O que fazer se o funcionário tiver férias vencidas?  

Caso a empresa não conceda as férias dentro do prazo de 12 meses após o período aquisitivo (férias vencidas), o art. 137 da CLT determina que ela deverá pagar em dobro a remuneração de férias a que o colaborador teria direito.

Como funciona o pagamento de férias em caso de demissão?

Na hipótese de demissão do empregado, ainda com período aquisitivo em aberto ou férias vencidas, o funcionário fará jus às férias indenizadas, que devem ser pagas juntamente com as demais verbas rescisórias.

Quando o funcionário pode tirar seu período de descanso?

O empregado pode gozar suas férias após cumprir o período aquisitivo, respeitando a determinação da empresa quanto ao melhor período, que não pode ser com início próximo a feriados ou dias de descanso semanal remunerado.  

Qual o procedimento para concessão do período de descanso?
  • Primeiramente, a empresa determina o melhor período e quantos dias serão concedidos.
  • Em seguida, organiza a equipe para suprir a demanda na ausência do colaborador.
  • Além disso, comunica por escrito o funcionário com 30 dias de antecedência.
  • Após isso, realiza anotações obrigatórias e o pagamento do adiantamento de férias.
  • Por fim, lança a dispensa do ponto de forma adequada.

Como podemos ver, são diversos os detalhes a serem observados na gestão das férias dos colaboradores. Assim, realizar esses processos de forma correta é fundamental para evitar problemas jurídicos, como ações trabalhistas, além de manter a equipe motivada e produtiva.

Para facilitar essa tarefa, soluções de ponto eletrônico podem ser grandes aliadas, uma vez que agilizam cálculos, fornecem relatórios detalhados e dispensam o colaborador de forma automática no período de gozo de férias.

Portanto, fique atento e organize-se para gerenciar as férias da melhor maneira em sua empresa!

Dicas para implementar processos eficazes de gestão de férias

Gerenciar as férias dos colaboradores pode ser uma tarefa desafiadora para os departamentos de Recursos Humanos (RH) e Departamento Pessoal (DP). No entanto, com a implementação de processos eficazes e o uso de tecnologias apropriadas, essa tarefa pode se tornar muito mais simples e precisa. Para isso, aqui estão algumas dicas para ajudar na implementação de processos eficazes de gestão de férias, incluindo a adoção de um software na nuvem.

Automatização do Processo de Solicitação e Aprovação de Férias

Primeiramente, automatizar o processo de solicitação e aprovação de férias é um dos primeiros passos para melhorar a gestão de férias. Utilize um software na nuvem que permita aos colaboradores solicitarem suas férias online. Além disso, esse sistema deve notificar automaticamente os gestores e permitir que eles aprovem ou rejeitem os pedidos com base na disponibilidade e nas necessidades da equipe.

Transparência e Acesso Fácil às Informações

Adicionalmente, um software na nuvem pode proporcionar transparência total sobre os saldos de férias dos colaboradores. Eles podem acessar facilmente suas informações de férias, verificar quantos dias têm disponíveis e planejar suas férias com antecedência. Consequentemente, isso reduz as consultas frequentes ao RH e ajuda a evitar erros.

Conformidade com a Legislação

Além do mais, a conformidade com a legislação trabalhista é crucial. Escolha um software que esteja sempre atualizado com as mudanças nas leis trabalhistas, garantindo que todas as regras da CLT e as modificações da Reforma Trabalhista sejam respeitadas. Dessa forma, isso ajuda a evitar penalidades e garante que os direitos dos colaboradores sejam cumpridos.

Relatórios e Análises Detalhadas

Por fim, um bom software na nuvem oferece relatórios detalhados e análises sobre o uso de férias. Esses relatórios, por sua vez, ajudam os gestores a identificar padrões, prever ausências e planejar melhor a alocação de recursos. Portanto, a implementação dessas práticas não só simplifica a gestão das férias, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais organizado e eficiente.

Conclusão

A gestão eficaz das férias dos colaboradores é crucial para a satisfação dos funcionários e a eficiência operacional da empresa. Portanto, para os profissionais de Recursos Humanos (RH) e Departamento Pessoal (DP), é essencial entender todas as nuances legais e práticas das férias, não apenas para evitar erros no cálculo, mas também para garantir conformidade com a legislação.

Além disso, implementar um software na nuvem pode automatizar processos, proporcionar transparência e assegurar o cumprimento das leis trabalhistas. Essas ferramentas facilitam o trabalho dos profissionais de RH e DP, ao mesmo tempo, em que fornecem aos colaboradores acesso fácil e claro às suas informações de férias.

Consequentemente, adotando essas práticas e tecnologias, as empresas conseguem minimizar riscos, evitar penalidades e criar um ambiente de confiança e motivação. Além disso, investir na melhoria contínua dos processos de gestão de férias é fundamental para manter a competitividade, cumprir obrigações legais e promover um ambiente de trabalho saudável e eficiente. Assim, ao priorizar a gestão de férias, as organizações garantem não apenas a satisfação dos colaboradores, mas também o sucesso a longo prazo da empresa.

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